quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Solidão

Eu já estive sozinha muitas outras vezes, mas nenhuma igual aquela. Nada poderia ser tão singular na minha vida como aqueles três dias. Uma sensação de não ter nada a perder e tudo a ganhar, um medo que ao invés de paralisar, impulsionou. O brilho nos olhos, o sorriso na alma e o vento na cara. O vento que trouxe paz e inquietude, certezas e vazio. Eu tive vontade de chorar e rir, de ficar e ir. O tal do vento ainda tava na cara e no coração parecia não haver nada não! E apenas parecia, pois por dentro eu parecia explodir, uma erupção de sentimentos não – nomeáveis tomava conta de mim. Estar sozinha já nem mais me pareceu um problema, a melhor companhia estava comigo. Entendi tantos dizeres, outros tantos caíram por terra. Por alguns instantes, o futuro não mais me angustiou, eu não quis que o tempo passasse rápido, eu queria o ali, o agora e o nada mais. Mas, era necessário seguir, caminhar lentamente, aproveitar cada instante, cuidar de mim, desejar o improvável e questionar velhos hábitos. Desisti de querer impor minhas vontades, desisti de querer sempre ter razão. Deixei a alma exposta, a cara lavada, sem disfarces, sem maquiagem. Recomeçar finalmente fez sentido. Mas continuei sentada, carros e pessoas a passarem sem me olharem, o vento no rosto e eu ali sozinha, como tantas outras vezes. Nenhuma igual aquela. Apenas sorrir e recomeçar foi o que me restou!

Love is...
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